A gravidez é uma fase muito importante na vida de qualquer mulher, que envolve toda a família, bem como ser mãe. Muitas mulheres, no entanto, chegam ao consultório médico cheias de dúvidas e medos, principalmente quando o assunto é o parto e a dor do parto!
Esse medo, as dúvidas e muitas vezes a falta de informação fazem com que mulheres cheia de vida e saúde se submetam ao parto abdominal, a cesariana, que nada mais é que um procedimento cirúrgico, como outro qualquer, e não apenas uma modalidade de parto como muitas mulheres acreditam ser, sem necessidade.
O parto vaginal, ou normal, por sua vez é natural, onde o principal fator associado a seu sucesso é a própria natureza da mulher. Então, o que é o parto normal? Como o organismo se comporta durante o parto normal? E quais são os seus benefícios?
A gestação pode durar entre 37 semanas completas e 42 semanas incompletas, e durante essas semanas, além do feto está se desenvolvendo para após o parto poder sobreviver no mundo extrauterino, o corpo da mulher e futura mãe também está passando por uma série de mudanças, principalmente no útero, canal vaginal, que servirá como canal de parto e vestíbulo vaginal, que é a parte mais externa da vagina. Até a 28ª semana de gestão, provavelmente a mulher não sentirá nenhuma contração uterina, devido à ação dos bloqueadores de progesterona e o aumento dos níveis de estrógeno no sangue. Após a 28ª semana, a mulher poderá sofrer contrações não acompanhadas de dor, chamadas de contrações de Braxton-Hicks, cujo objetivo é aumentar a circulação fetal e garantir que esse ganhe massa corporal. Este fato explica porque a barriga da grávida cresce mais após o sétimo mês da gravidez. A partir da metade do sétimo mês de gestação, ou mais ou menos da 26ª semana, o canal cervical, parte do útero que se conecta à vagina, começa a se preparar para o parto, tornando-se mais flácido e menos resistente. Essa fase, que pode durar de 6 à 8 semanas, também é marcada pela descida do fundo uterino, o que indica que o momento do parto já está próximo. Esta fase é conhecida como quiescência.
Ao termino desta fase, a mulher já está pronta para dar a luz e entrar em trabalho de parto!

E como sei se o momento do parto chegou?
O momento do parto é determinado, quando a mulher começa sentir contrações uterinas dolorosas que irradiam no sentido descendente, ou seja de baixo para cima no abdome. Isso porque as contrações começam na parte mais superior do útero, se dirigindo ao colo uterino. Trata-se de um dor em cólica, que vai e vem, mais ou menos a cada 10 minutos e não melhora sob nenhuma condição. Somado a isso, o canal vaginal começa a se dilatar. Consideramos que a mulher entrou em trabalho de parto, quando o canal vaginal encontra-se com dilatação igual ou superior a 2 cm associado a contrações uterinas e rompimento da bolsa.
E o parto normal, como acontece?
O parto propriamente dito é dividido em etapas: dilatação, expulsão, dequitação e primeira hora do puerpério ou estabilização da mãe.
A fase da dilatação inicia-se com as primeiras contrações dolorosas, cujo objetivo é modificar o cérvix para o momento da expulsão fetal, que ocorre quando o colo uterino atinge dilatação de 10cm. Nesta fase, o colo uterino, incorpora-se em diâmetro ao útero e vagina, formando o canal de parto. Essa fase pode durar 6 horas em mulheres que vão ter o primeiro(a) filho(a), e 3 horas em mulheres que já tiveram filhos.
Em linhas gerais, a dor do parto, provocada a principio pelas contrações uterinas sinaliza uma modificação arquitetônica e estrutural do órgão, para que esse possa expulsar o feto. Além disso, a dor do parto estimula a produção de cortisol, o hormônio do stress, muito útil para que a mãe, literalmente queira “colocar o bebê logo para fora e ficar livre das dores”.
A segunda fase do parto normal é conhecida como dequitação e é marcada pela expulsão da placenta após o bebê ter nascido. Nesse momento, contrações uterinas também aconteceram, porém, são indolores.
Por fim, temos a primeira hora pós-parto ou momento de estabilização da mãe, onde seus sinais vitais, volume sanguíneo, e homeostasia uterina, ou seja, o cessar da hemorragia e regularização do fluxo sanguíneo do órgão acontece. Este período pode durar uma hora e caso a mãe tenha algum histórico de hipertensão arterial, seja obesa ou possua qualquer outra síndrome metabólica, deve ficar sob observação, pois durante o parto, o volume sanguíneo no interior das câmaras cardíacas aumenta e existe risco de embolia pulmonar aguda.
Vantagens do parto normal:
– Rápida recuperação da mãe.
– Produção de leite imediata para a alimentação do bebê.
– Inúmeros benefícios para o bebê que nasce no momento certo, sente-se mais seguro e conta com um sistema imunológico mais desenvolvido.
– Evita-se os riscos cirúrgicos e pós-cirúrgicos.
– Trata-se de um processo natural e fisiológico.
– Em poucos dias a mãe pode desenvolver suas atividades normalmente e caso seja necessário fazer epsiotomia – incisão no períneo para ampliar o canal de parto e evitar lesão perineal, em quinze dias no máximo estará livre dos pontos.
– Melhor relação entre mãe e bebê.
– Menores riscos de hemorragia.
– Menores riscos de infecção hospitalar
– Menores custos para a família
– Entre muitas outras