Também conhecida como intolerância à glicose durante a gravidez ou diabetes mellitus gestacional, é uma doença exclusiva da gravidez, ou seja, é o diabetes adquirido ou manifestado apenas durante a gestação e é caracterizada pelos elevados níveis de açúcar (glicose) no sangue.

A maioria dos casos ocorre após o segundo trimestre (após os 6 meses) de gravidez e uma vez diagnosticado, permanece durante toda a gestação.
Os principais fatores que contribuem para o aparecimento da doença são: sobrepeso, obesidade, doença dos ovários policísticos, idade materna avançada, ou seja, gestante com mais de 35 anos, hipertensão arterial sistêmica, histórico familiar positivo para diabetes mellitus, história prévia de gestação com recém-nascido com peso superior a 4 quilos, gestante que está ganhando muito peso ao longo da gestação, entre outros.
O mecanismo da doença já é bem conhecido, sabe-se que há inúmeras alterações hormonais e metabólicas durante a gravidez, e é aí que “mora o perigo”! A placenta produz alguns hormônios que atuam inibindo parcialmente a ação da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas cuja finalidade é transportar o açúcar (glicose) para dentro das células. Em mulheres não diabéticas o corpo entende que a produção de insulina está muito baixa, e manda um estímulo muito grande ao pâncreas para que ele produza ainda mais insulina. Porém, nas mulheres com diabetes gestacional, o corpo não entende o recado, e não envia estímulos para aumentar a produção de insulina, e como a glicose não é armazenada, ela fica em excesso no sangue, causando assim a doença. Quanto maior for o tempo de gestação, mais a placenta cresce, mais hormônios libera e maior o risco de desenvolver diabetes.
Os sintomas podem ser: muita sede, fadiga, cansaço, náuseas, vômito, aumento do número de idas ao banheiro para urinar, perda de peso e aumento do apetite. Geralmente só aparecem quando a futura mamãe está em um grau bem elevado de descompensação.
O diagnóstico é feito durante o pré-natal, por isso a importância do acompanhamento periódico da gestante pelo ginecologista. O exame que confirma o diabetes é a dosagem da glicemia em jejum, feito no sangue, por volta da 24ª semana de gestação. Já o ultrassom evidenciando que o bebê está crescendo de forma acelerada ou que há excesso de líquido amniótico, não confirma, mas aumenta a suspeita de intolerância à glicose.
Diagnosticada a doença, é preciso tratamento e controle da mesma, e isto é feito na maioria dos casos por meio de mudança de hábitos alimentares como a redução do açúcar da dieta e pela prática regular de atividade física (preferencialmente na água). Mas na minoria, quando há taxas elevadíssimas de açúcar no sangue, opta-se pela utilização da insulina, que pode ser administrada normalmente na gravidez sem nenhum dano ao feto.
Observação: Como o diabetes gestacional é uma doença exclusiva da gravidez, a mulher está “curada” após o parto, pois os níveis de glicose no sangue reduzem de 3 a 15 dias após o nascimento da criança. Porém, a mulher que teve diabetes durante a gravidez tem as chances aumentadas de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 no futuro quando comparada à mulheres que não tiveram resistência à insulina gestacional.
Para prevenir e diagnosticar precocemente a doença é muito importante a realização dos exames de pré-natal, além de dieta balanceada, prática regular de atividade física, controle da pressão arterial, enfim, tentar evitar todos aqueles fatores de risco que são modificáveis.