O parto abdominal, conhecido também como cesariana, é um procedimento cirúrgico como outro qualquer, que, se decomposto, temos uma laparotomia seguida de uma histerotomia, ou seja, vamos ter acesso a cavidade abdominal e ao interior do útero da mulher durante a cirurgia.

Relatos médicos afirmam que a cesariana é considerado um dos procedimentos cirúrgicos mais antigos da história da medicina. Sua função é permitir que partos complicados e/ou impossíveis de serem realizados por via vaginal possam ocorrer.
Como é feito o parto cesariana?
A cesária, como chama-se o procedimento no dia-a-dia é uma cirurgia feita no abdome baixo da mulher, próximo a pelve cujo objetivo é remover o feto do útero materno.
A mulher que se submete a uma cesariana vai passar pelas seguintes etapas:
Nota: Vamos considerar uma cirurgia eletiva, ou seja, pré-agendada, pois as cesárias emergenciais pulam algumas dessas etapas.
Informação: a gestante será orientada pelo seu médico obstetra quanto ao procedimento, durante o pré-natal no próprio consultório médico. Este, deve, ser sincero e expor todos os benefícios e complicações que a cesariana trás consigo. O médico deve solicitar que a gestante faça exames cardiológicos e testes de coagulação, bem como histórico de alergias prévias por fármacos. São todos exames de rotina para uma pessoa que irá se submeter a uma cirurgia.
Internação: A gestante será internada na 36ª semana de gestação, podendo se internada duas semanas antes ou duas após. Quem vai definir isso é o médico obstetra.
Preparativos: Após internada, a mulher irá se preparar para o procedimento da cesária. Este preparativo será totalmente orientado pela equipe médica e de enfermagem do hospital, resumindo-se basicamente em: soroterapia para aumentar o volume sanguíneo e hidratar e jejum.
Procedimento: Chegou a hora de deixar o bebê vir ao mundo! A mulher é levada para o centro cirúrgico, trajando apenas a camisola do hospital, sem peças íntimas. No centro cirúrgico, ela será transferida de sua maca para a mesa de cirurgia, onde acontecerá o procedimento. Geralmente os hospitais possuem salas reservadas para obstetrícia. Juntamente à gestante, teremos o médico obstetra que fará o procedimento cirúrgico, um médico auxiliar, um anestesista e um circulante de sala, que é a pessoa responsável por buscar e levar materiais cirúrgicos quando necessário.
A paciente é anestesiada pelo médico anestesista responsável e colocada deitada na maca. A anestesia é raquimedular, e seu efeito será sentido da porção média do abdômen para barra baixo. Ou seja, a paciente fica acordada durante o procedimento. É muito importante que a paciente vá ao banheiro urinar antes do procedimento, caso contrário, após a anestesia, uma sonda vesical de alívio terá que ser passada para esvaziar a bexiga e evitar desconformo pós-operatório.
O próximo passo da cesária é remover as vestimentas da paciente que passará por um processo de assepsia, ou seja, uma limpeza que visa eliminar quaisquer microrganismos que possam prejudicar a saúde da mulher e provocar uma infecção. Tal procedimento é realizado no local da incisão cirúrgica e proximidades. Logo após, os campos cirúrgicos são colocados, tampando todo o corpo da mulher, deixando exposto somente o local onde a incisão será feita. Neste ponto, o médico que já está paramentado e também esterilizado inicia o procedimento fazendo uma incisão de aproximadamente 10 – 12 cm na parte mais baixa do abdômen, onde passa o elástico da calcinha, acima da sínfise púbica. A incisão é horizontal e atinge três planos: a pele, a tela subcutânea, que é a camada de gordura e a fáscia do músculo reto abdominal, que é uma membrana que reveste o músculo. Em seguida, o cirurgia altera a posição de incisão e faz um corte e divulsiona (afasta), os músculos reto abdominal, em sua porção central, local conhecido como linha alba, que é uma fusão de tendões, pouco irrigado, que não sangra, porem que apresenta cicatrização demorada. Vencendo este plano, o cirurgia incisiona também o peritônio, que reveste os órgão abdominais e visualiza o útero, que é aberto e o bebê, bem como a placenta são removidos.
Imediatamente após este procedimento, o bebê é entregue ao médico pediatra que estará de prontidão e todas as camadas abertas serão suturadas, hora com fios absorvíveis, como no útero, peritônio, musculo reto abdominal, fáscias e tela subcutânea. Geralmente a pele é suturada com um fio de nylon ou e qualidade superior através de um tipo de sutura chama intradérmica, que é a mesma utilizada por cirurgiões plásticos. O local é limpado, o curativo é feito e o procedimento chega ao final.
Pós-operatório: Após o procedimento, o efeito da cirurgia pode durar de algumas horas até o próximo dia. A mãe não pode se alimentar nas próximas 8 horas e alimentos pesados só podem ser ingeridos no dia seguinte. Durante o procedimento cirúrgico, o anestesista aplica ocitocina na grávida, que estimulará a produção de leite. Sendo assim, é comum que a mãe já possa dar de mama para o bebê logo após o parto.
Informações importantes que todas as mulheres que vão se submeter ao procedimento devem saber:
a) É normal que a mulher sinta frio e mal estar durante a cirurgia, no entanto, qualquer coisa ou sensações diferentes, devem ser imediatamente comunicadas o médico obstetra ou anestesista.
b) Nas próximas horas após a cirurgia a mulher não conseguirá urinar e nem movimentar suas pernas.
c) É normal sangramento vaginal. Significam que o útero está acabando de expelir o restante do material produzido por ele mesmo durante a gestação.
d) O procedimento não dói, no entanto, o pós-operatório pode ser bem dolorido, principalmente se a mulher não seguir as recomendações passadas pelo médico obstetra.
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