Alterações no apetite:
Muitas grávidas relatam que durante a gravidez, seus hábitos alimentares se alteram de forma substancial. Alimentos que sempre ingeriram, agora lhes trazem enjoo e mal estar, outros alimentos, dos quais sempre passaram longe, agora afirmam sentir necessidade de experimentar. Gestantes relatam também muita sede, expressa com vontade constante de beber água e aversão a chás, alimentos gordurosos, e um gosto especial por condimentos e alimentos ácidos. Você acha isso estranho? Temos uma explicação!

Em primeiro lugar, saiba que o controle da fome e da sede é feito inteiramente a nível central, ou seja, no cérebro, através do eixo hipófise-hipotálamo. Durante a gravidez, os níveis de progesterona circulante no corpo da mulher, caem drasticamente e altera o funcionamento deste sistema. Associado a isso, a mulher também começa a produzir prolactina, o hormônio que irá maturar as glândulas mamárias e permitir que essas produzam o leite materno para o bebê. Por fim, a grávida inconscientemente, sabe que precisa aumentar suas reservas energéticas com substratos de qualidade para poder oferece-los ao feto em desenvolvimento. Afinal, agora temos um organismo processando alimento para duas pessoas. Devemos considerar os seguintes pontos em relação à alimentação de uma grávida, principalmente no primeiro trimestre da gravidez:
a) Fatores psicológicos: Muitas mulheres engravidam e acreditam piamente que seus hábitos alimentares vão mudar porque o de uma amiga próxima ou o da mãe se alterou.
b) O organismo da grávida está com déficit de algum nutriente: Como ela não sabe exatamente qual é nem onde encontra-lo, vai comer tudo o que há pela frente. É aquela sensação de querer comer algo que não sabe o que é”.
c) Alterações hormonais: Durante a gravidez, os níveis hormonais no corpo da mulher se alteram e isso influencia diretamente no apetite da mulher.
Por fim, digo que esta fase é passageira e que tão logo você irá recuperar todos os seus hábitos alimentares.
Inflamações na gengiva – gengivites:
Durante a gravidez, o tecido conjuntivo do corpo da mulher passa por duas modificações: hipertrofia associada ao aumento da irrigação sanguínea. Isso faz parte do mecanismo de adaptação do corpo para a gravidez. Normal!
A gengiva é constituída de tecido conjuntivo e também ira se modificar, ficando com um aspecto mais avermelhado e inchada. Esse evento é conhecido como epúlide. Essas características predispõem à inflamação, infecção e hemorragias gengivais, esta última, muito relacionada à escovação, quando a escova bate na gengiva lhe ferindo. O que podemos fazer? Um boa higiene bucal, associada a antissépticos resolve bem o problema.
Muita saliva – sialorréia:
É comum ver “grávidas segurando uma toalhinha para cuspir”, e geralmente esse episódio está associado a vômito e náuseas. Este é um fato comum, sem explicação científica mais com teorias associadas:
a) a mulher sente náuseas e vômitos associados ao excesso de saliva pois não consegue engolir tanta saliva e acaba se sentindo mal.
b) Alterações do sistema digestivo, em especial no estômago, refletem na produção de saliva como forma de compensar o sistema.
Refluxo gastresofágico – pirose:
A pressão intra-abdominal da gestante aumenta, com isso, vários órgãos perdem sua força de contração. Além disso, alterações dos níveis hormonais fazem com que os esfíncteres, musculaturas circulares que tem como função fechar o interior de um órgão, ficam relaxados. Tudo isso somado causa: redução da produção do ácido clorídrico e problemas com a digestão dos alimentos, associado a uma má vedação do estomago, permitindo que alimentos retornem para o esôfago, ativando muitas vezes o reflexo do vômito. A mulher grávida vai queixar-se de náuseas, vômitos, queimação e refluxo gástrico.
Náuseas e vômito:
Certamente são as queixas mais ouvidas das gestantes, principalmente no inicio da gravidez e pela manhã. Gestantes relatam náuseas e vômitos principalmente associados à cheio de alimentos, perfume, pasta dental, café, etc. Esses sintomas são reflexo de todas as alterações sofridas no sistema digestivo da mulher grávida associados ao seu estado psicológico.
Constipação intestinal:
A constipação intestinal na gestante é ocasionada por uma associação de fatores: alterações nos hábitos alimentares, aumento da absorção de água e minerais no intestino, redução da motilidade da musculatura lisa do intestino, ou seja, o intestino transporta o bolo fecal com mais lentidão e compressão das alças intestinais devido a expansão do útero gravídico. Para amenizar este problema, sugerimos que a gestante insira em sua dieta alimentos ricos em fibra, verduras, legumes e frutas.
Converse com o seu médico, ele poderá lhe auxiliar e tranquilizar você!