Depois das doenças cardiovasculares, o câncer de mama ainda é a principal causa de morte das mulheres brasileiras sendo alvo de preocupação pelo fato de serem as mais atingidas. O maior desafio ainda hoje é a detecção precoce desse câncer possibilitando o seu tratamento e sua cura com métodos menos invasivos e desconfortáveis. Se descoberto tardiamente o tratamento se torna mais agressivo, invasivo, oneroso e as chances de cura diminuem consideravelmente.

O câncer de mama se caracteriza pela proliferação anormal das células do tecido mamário. Em seu funcionamento normal, o corpo substituiu as células antigas por células novas e saudáveis. As mutações genéticas podem alterar a habilidade da célula de manter sua divisão e reprodução sob controle, produzindo células em excesso e formando o tumor. Um tumor pode ser benigno ou maligno. Os benignos não são considerados cancerígenos, pois não invadem outros tecidos e não se espalham para o resto do corpo. Já os tumores malignos são cancerosos, pois suas células invadem tecidos vizinhos e podem se espalhar pelo corpo.
O câncer de mama consiste em um tumor maligno que se desenvolve a partir de células da mama. Geralmente, ele começa nas células do epitélio que reveste a camada mais interna do ducto mamário.
Prevenção do câncer de mama
Até a atualidade, não existem medidas preventivas específicas ao câncer de mama, o controle do peso e do tabagismo, uma melhor qualidade de vida são fundamentais para a prevenção de várias doenças inclusive os cânceres ginecológicos. O que existe de mais importante nesse tema câncer de mama é a sua detecção precoce.
Detecção precoce para melhores prognósticos
Para a detecção precoce do câncer de mama recomenda-se na rede pública:
– Rastreamento por meio do exame clínico da mama, para as todas as mulheres a partir de 40 anos de idade, realizado anualmente.
– Rastreamento por mamografia, para as mulheres com idade entre 50 a 69 anos, com o máximo de dois anos entre os exames.
– Exame clínico da mama e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama.
– Garantia de acesso ao diagnóstico, tratamento e seguimento para todas as mulheres com alterações nos exames realizados.
São definidos como grupos populacionais com risco elevado para o desenvolvimento do câncer de mama:
– Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de Idade.
– Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária.
– Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino.
– Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.
Exame clínico das mamas – procure um médico especialista
O exame clínico das mamas deve ser realizado rotineiramente pelo médico durante a sua consulta em mulheres a partir de 40 anos. Durante o exame devem ser cuidadosamente observados sinais como assimetria, abaulamentos, retrações, eczemas, ulcerações, gânglios linfáticos e nódulos. Esse exame consiste em quatro estágios: Inspeção estática, inspeção dinâmica, palpação das axilas e palpação das mamas. Além do exame clinico a própria mulher pode realizar o chamado autoexame das mamas, as mulheres podem realizá-lo uma vez ao mês após a menstruação e aquelas que não menstruam em um mesmo dia do mês. As mulheres devem procurar: deformações, abaulamentos, feridas nos mamilos, caroços nas mamas e axilas, secreções nos mamilos entre outras alterações. O exame deve ser feito em três situações: de frente ao espelho, durante o banho e deitada.
Tratamento para o câncer de mama
Importantes avanços ocorreram nas formas de tratamento do câncer de mama nos últimos anos, principalmente no que diz respeito a cirurgias menos mutilantes. O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas e as condições da paciente. O prognóstico do câncer de mama depende da extensão da doença. Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior chance de cura. Quando há evidências de metástases, o tratamento tem por objetivo principal prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em: Tratamento local: cirurgia e radioterapia e tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.
De acordo com os estágios do câncer os tratamentos variam, no estágio I e II a conduta consiste de cirurgia, que pode ser conservadora, com retirada apenas do tumor; ou mastectomia, com retirada da mama. A avaliação dos linfonodos axilares tem função prognóstica e terapêutica. Após a cirurgia, o tratamento complementar com radioterapia pode ser indicado em algumas situações. No estágio III pacientes com tumores maiores, porém ainda localizado. Nessa situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com quimioterapia) é a modalidade terapêutica inicial. Após resposta adequada, segue-se com o tratamento local. No estágio IV é fundamental que a decisão terapêutica busque o equilíbrio entre a resposta tumoral e o possível prolongamento da sobrevida, levando-se em consideração os potenciais efeitos colaterais decorrentes do tratamento.
A modalidade principal nesse estádio é sistêmica, sendo o tratamento local reservado para casos específicos. Como vimos, o câncer de mama é uma preocupação constante na vida das mulheres que estão sendo atingidas cada vez mais jovens, não deixem de se preocupar, não deixem de fazer os exames preventivos e o autoexame que podem salvar. Procure anualmente o Médico de família da unidade mais próxima ou um ginecologista.
Autor:
Júlio César Tavares