A osteoporose é uma doença metabólica que atinge o sistema esquelético, ou seja, os ossos. É caracterizada pela perda de massa óssea e da arquitetura do osso, que fica poroso e quebradiço.
Trata-se de uma doença quase exclusiva das mulheres. Em cada 10 pessoas com osteoporose, oito são mulheres. Além disso, dados estatísticos mostram que entre 25% e 30% das mulheres de pele clara, desenvolvem osteoporose após os 60 anos de idade.
Por ser uma doença que provoca fraturas ósseas espontâneas e muita dor, a osteoporose é cercada por medo e altas taxas de morbidade e mortalidade, principalmente quando a osteoporose provoca fratura espontânea na cabeça do fêmur, quadro comum em idosas com consequente evento embólico, que pode culminar com um tromboembolismo pulmonar (TEP), levando a morte em 80% dos casos.
Qual é o processo patológico da osteoporose?
A massa óssea precisa de dois componentes básicos para se formar: o mineral cálcio e a vitamina D, que é sintetizada pelo próprio corpo, na pele, quando exposto ao sol, sendo necessários apenas 20 minutos diários.
Ao longo da vida da mulher, o cálcio ingerido é armazenado nos ossos. Aos 30 anos de idade, em média, a matiz óssea da mulher se consolida e o cálcio para de ser absorvido pelo organismo, ou seja, você tem 30 anos para fazer suas reservas de cálcio, sendo que a quantidade útil absorvida por dia é de 500mg.
“Então, não adianta querer comer um quilo de cálcio quando o relógio marcar 23:59 e você estiver passando para casa dos 30 anos! Estudos ainda mostram que durante a adolescência, é a época em que o organismo está mais receptivo para receber, processar e estocar o cálcio.”
Quando a mulher chega no final de sua vida reprodutiva, entrando na menopausa, os níveis de estrógeno circulante em seu organismo é drasticamente reduzido, e com isso, a massa óssea também. Ou seja, após o climatério, devido a alterações hormonais, o cálcio que foi poupado por 30 anos começa a ser consumido, e o osso começa a apresentar espaços vazios, ficando aerado – semelhante a uma barra de chocolate Suflair e susceptível a fraturas. Estudos ainda mostram que mulheres brancas, magras e altas representam 60% da população com osteoporose. E aqui vem um agravante: a doença é crônica e irreversível.
Importante lembrar que, neste processo, o tabagismo agrava o quadro de forma significativa.

Como prevenir a osteoporose e evitar a perda de massa óssea após a menopausa?
#1 Exercício físico constante e regular para fortalecer a musculatura e ganhar massa magra, contribui com a prevenção da osteoporose e osteoartrite. No caso da osteoporose, a explicação se baseia no fato de que a mulher que fazer exercícios físicos constantes provoca micro fraturas nos ossos devido ao impacto causado durante o exercício e isso é importante para que o osso sofra stress e tenha estímulo para aumentar sua massa óssea e se fortalecer. A nível bioquímico, o osso absorve mais cálcio e aumenta seus estoques.
#2 Dieta balanceada, com presença de cálcio em sua composição é de suma importância no combate à osteoporose. O ideal é consumir 500mg de cálcio por dia, o que se consegue facilmente, consumindo leite e seus derivados e alguns vegetais de folha escura como o brócolis, espinafre, mostarda, taioba, etc.
#3 Banho de sol, diariamente, durante 20 minutos para que a sua pele possa sintetizar vitamina D, que está relacionada ao processo de formação da estrutura óssea. No entanto, aqui mora um problema: para sintetizar vitamina D, a pele precisa receber altas cargas de raios ultravioleta (UV), que são irradiados principalmente entre 11:00hs e 16:00hs e para ter efeito, esses raios solares precisam atingir grande extensão do seu corpo, o que favorece o surgimento do melanoma, considerado o câncer de pele mais grave e agressivo que existe.
Existem outros fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose?
a) Ser do sexo feminino, 80% dos casos.
b) Pertencer a um dos grupos étnicos: caucasianas, asiáticas.
c) Possui pouca massa óssea, associada ao sedentarismo e baixo índice de massa corporal.
d) Fazer parte de um grupo familiar com histórico para osteoporose.
e) Menopausa precoce.
f) Idade avançada. Quanto maior for a idade, maiores as chances de desenvolver a osteoporose.
g) Fazer uso constante de corticoides para tratamento de doenças crônicas como o LUPUS, reumatismo, psoríase, etc.
h) Dieta pobre em cálcio ou insuficiência renal.

Classificações da osteoporose:
Primária Tipo 1: Ocorre após a menopausa, onde ocorre perda da trabécula óssea, tecido estrutural do osso. Mulheres nessa fase da doença possuem grandes chances de fraturar as vertebras.
Primária Tipo 2: Surge após os 70 anos de idade, atinge todo o osso, permitindo que fraturas espontâneas, principalmente nas vértebras e no fêmur aconteçam.
Secundária: É secundária a algumas doenças: endócrinas, associadas ao uso de corticóides, genéticas, artrite reumatóide, patologias do trato gastrointestinal (principalmente a síndrome da má absorção), imobilização prolongada devido a fraturas, câncer de mama, mieloma múltiplo, anemia crônica (anemia falciforme), mastocitose, uso crônico de heparina, entre outras causas primárias.
Geralmente, o diagnóstico clínico é feito quando a mulher sofre uma fratura sem explicação, o que atrapalha no descobrimento precoce da doença. Para se confirmar as suspeitas, utilizam-se exames de sangue com biomarcadores, além de exame de imagem: radiografia, ultrassonografia e exame de densitometria óssea.

Dica: Se você tem casos de osteoporose em sua família ou se em sua dieta não estão inclusas fontes de cálcio, providencie isso o quanto antes. Caso você não tenha disponibilidade de se expor ao sol todos os dias, converse com seu médico, meça o nível de sua vitamina D e caso não esteja legal, tome complexos vitamínicos, com orientação médica, é claro. Além disso, faça atividades físicas e coma somente o que precisa!
Mais uma vez, temos uma enfermidade que deve ser combatida com alimentação saudável, exercícios físicos e hábitos de vida saudáveis, ou seja, prevenindo!