O papiloma vírus humano (HPV), pertence a uma família de vírus chamada de Papilomaviridae e possui grande tropismo, ou seja, gosta de hospedar-se em células da pele, especificamente, os queratinócitos, que são as células responsáveis por produzir queratina, substância que dita a cor da pele da pessoa.

O HPV, também se instala com facilidade nas mucosas, ou seja, cavidades do corpo humano, como a boca, o ânus, a vagina e a uretra do homem e da mulher.
Atualmente, estima-se que existem mais de 200 variações do vírus da família do Papilomaviridae, todos chamados de HPV, sendo estes, identificados por numeração.
Sabemos que os HPV-1 e HPV-2 podem causar verrugas nas mãos, pés e no rosto. As variantes HPV-6 e HPV-11 estão diretamente relacionados com o aparecimento de condilomas na região genital feminina e masculina. Condilomas são verrugas genitais, geralmente relacionadas a alguma doença sexualmente transmissível (DST).
E temos também as variações HPV-16, HPV-18, HPV-31, HPV-45 relacionados com o câncer do colo do útero, que é o segundo tipo de câncer que mais acometem as mulheres, sendo esta, a complicação e consequência mais grave para a mulher que se infectou com o vírus HPV. Outro fator preocupante, relacionado ao HPV é verificar que este infecta principalmente mulheres jovens, que estão iniciando a vida sexual e que muitas vezes, o diagnóstico só é feito mais tarde, quando complicações relacionadas ao vírus são visíveis, podendo este fato, repercutir com prognósticos ruins, ou seja, com baixas chances de cura efetiva.
Por que o papiloma vírus humano está relacionado com o câncer do colo do útero?
Qualquer estimulo externo, ou seja, aqueles que não fazem parte do organismo da mulher e que tenham propriedade para alterar a estrutura de uma célula, é chamado de fator carcinogênico, ou seja, que está relacionado com o início de uma diferenciação celular e provavelmente, início de um câncer, que a princípio, será combatido pelo sistema imunológico do indivíduo, que poderá ou não eliminar este foco.
No caso do HPV, temos um vírus que ao invadir a célula hospedeira, tem a habilidade de transferir para esta célula, sua carga genética, que consegue se unir às proteínas Rb e p53, justamente aquelas, denominadas genes supressores tumorais, ou seja, que marcam células com defeito no organismo e que podem se transformar em um foco de neoplasia – desenvolvimento de células anormais, extinguindo assim, a capacidade de defesa naquele local.
Associado a esta característica peculiar do HPV e somado ao fato de que o colo uterino é um local que está diretamente exposto a condições naturais de stress, o HPV, atualmente, é responsável sozinho por 95% dos casos de câncer de colo uterino em mulheres jovens.
Como é feito o diagnóstico do HPV?
Ao longo de sua vida, a mulher pode ter contato com o vírus, e nem ficar sabendo, pois dependendo da variante que lhe infectar, teremos uma infeção pelo HPV chamada auto limitante, ou seja, vai se curar sozinha, apenas por ação do próprio sistema imunológico do indivíduo.
Porém, em outros casos, variantes mais agressivas como às relacionadas ao câncer do colo do útero, vão infectar as mulheres através de relação sexual desprotegida e se instalar no colo do útero.
O diagnóstico do HPV pode ser feito por duas maneiras:
Na primeira, temos aquela mulher que faz com rotina o exame ginecológico preventivo, onde o papanicolau é realizado e durante a análise citológica do material colido, o médico patologista identifica o vírus, sendo esta uma forma preventiva associada a excelentes prognósticos e cura da paciente.
Em uma segunda hipótese, temos aquela mulher que percebe sinais e sintomas como corrimento vaginal de odor fétido, dor durante a relação sexual, verrugas nas genitálias, e em casos mais extremos, que pode cursar em uma ou mais décadas, sinais e sintomas que referenciam ao câncer.
Portanto, mediante aos sinais e sintomas descritos, a mulher deve procurar imediatamente o serviço de saúde e realizar o exame preventivo, pois a cura do HPV e a prevenção do câncer do colo do útero está diretamente relacionada ao diagnóstico precoce.
Como é feito o tratamento do HPV?
A eficácia do tratamento está relacionada com o diagnóstico precoce, isto porque quanto mais tempo o organismo ficar exposto ao vírus, maiores são as chances da infecção se espalhar e torna-se sistêmica. Sabendo-se disso, a medicina lança mão de três mecanismos de tratamento que são associados ou não: fármacos de uso tópico, ou seja, no local, visando a destruição da lesão; imunomoduladores, que são medicamentos que estimulam o sistema imunológico da mulher para melhor combater o HPV e processos cirúrgicos como a crioterapia, que congela a lesão com nitrogênio líquido, cauterização elétrica, que literalmente queima a lesão com um cautério, remoção cirúrgica com bisturi e laserterapia.
O que a mulher infectada com o HPV pode esperar após o término do tratamento?
Isso vai depender exclusivamente da época em que a infecção foi descoberta, o que está associada a ela e como se deu o tratamento, podendo variar de cura total, recidivas ou complicação do quadro com a manifestação do câncer do colo do útero.
Qual é a relação existente entre o HPV e a gravidez?
Mulheres portadoras do HPV e que possuam lesões não curadas no colo do útero, devem optar pelo parto abdominal, a cesariana, evitando que o bebê seja contaminado durante o trabalho de parto.
Como se prevenir contra o HPV?
A mulher forma de se prevenir contra o HPV é a utilização de preservativos (camisinha), durante a relação sexual, principalmente se for com múltiplos parceiros. Aconselha-se também, que casais monogâmicos – que possuem parceiro fixo, faça exame de sangue – PCR para verificar se possui o vírus em seu organismo, evitando assim, a contaminação da parceira. Lembre-se que a camisinha não protege 100%, pois o HPV pode estar presente também nas mãos e na boca.
O HPV, por se tratar de um vírus, possui vacina?
Existe vacina para o HPV, porém esta não abrange as mais de 200 variantes do vírus, apenas as principais, frequentemente aquelas que não sofrem mutações.