A Eritroblastose fetal é uma doença de grande incidência no Brasil, tornando-se de grande importância ao observarmos que o tratamento incorreto e desconhecimento do tema limita seu diagnóstico e prejudica famílias brasileiras.

A Eritroblastose pode ocorre se a mãe tem o sangue classificado como RH- e o pai o sangue classificado como RH+. Nesse caso, a criança pode ter tanto o fator de rhesus presente (RH+) ou ausente (RH-).
Entenda como a Eritroblastose fetal acontece:
Caso o sangue da criança RH+ entre em contato com o sangue da mãe que é Rh-, pode-se haver uma reação semelhante a de quando tomamos uma vacina, ou seja, a mãe começa a produzir anticorpos contra o sangue da criança e seu sistema hematopoiético. Isso destrói as hemácias e o próprio sistema produtor de hemácias da criança. Isso tudo, dependendo do grau de isosensibilização.
Nosso organismo reconhece quando um determinado agente considerado prejudicial entra em contato com o organismo novamente após um primeiro contato. Tal ação permite por exemplo, que se uma criança que já teve catapora, não tenha novamente, pois o organismo agora sabe combate-la.
No caso da eritroblastose fetal, quando o sangue da mãe entra em contato pela primeira vez com o sangue do bebê que possui fator RH diferente do seu, há produção de anticorpos. Em uma segunda gestação, estes anticorpos, já criados anteriormente irão causar o doença. Em outras palavras, o sangue do bebê será considerado um agressor ao organismo da mãe.
O que pode ser feito para evitar que eritroblastose fetal aconteça?
Para tentar evitar a criação dessa memoria, surgiu um composto que é aplicado nas mães chamado antiD. A imunoglobulina antiD tenta impedir a isoimunização da mãe, ou seja a formação dessa memória contra o fator Rhesus.
A escolha da época para aplica-lo pode ser definido pelo Teste De Coombs. O teste de Coombs dosar a quantidade de anticorpos que possam prejudicar a criança no organismo da mãe. A imunoglobulina é usada durante a gravidez em casos de aumento substancial de anticorpos que pode ter sido causado por contato constante do sangue fetal com o sangue materno, o que não é comum de acontecer, afinal existe uma barreira entre o sangue da mãe e o do feto em desenvolvimento.
Geralmente algum rompimento de placenta ou formação de comunicação entre o sangue da mãe e do bebê podem explicar a ocorrência. Mães previamente sensibilizadas também estão envolvidas.
A vacina é usada no nascimento da criança para mães que tiveram baixa contagem de anticorpos durante a gravidez na tentativa de evitar uma sensibilização do organismo da mãe ao fator Rhesus.
Por quê a eritroblastose fetal deve ser investigada e tratada?
A doença pode causar anemia na criança de moderada a grave. Geralmente tratada com fototerapia. Em raros casos, existe há necessidade de transfusões sanguíneas completas.
O pré-natal dessas mamães deve ser feito com grande cautela principalmente naquelas que estão na segunda ou terceira gestação. A recomendação se o problema podem ou não ocorrer deve ser dado pelo médico. Os riscos para mãe e para criança devem ser sempre analisados.
A eritroblastose fetal se bem conduzida tem grandes chances de não se complicar e a criança nascerá saudável. Testes para avaliar o fator RH intra uterino não são recomendados pelo perigo de que o sangue do bebê entre em contato com o sangue da mãe e inicie-se o processo imunológico não desejado. Um exame pré-natal bem feito, realizado em um serviço de qualidade é fundamental para saúde da mãe e do bebê, assim como o precoce acompanhamento pediátrico após o nascimento.