Doença inflamatória pélvica – sinais e sintomas, tratamento e prevenção

As doenças inflamatórias pélvicas, também conhecidas pela sigla DIP, são caracterizadas por um processo inflamatório (com sinais de dor, calor, vermelhidão e edema) do trato genital superior, geralmente de caráter ascendente e polimicrobiano, ou seja, quase todas as vezes é mais de um microorganismo que está causando a doença.

Dor no ventre + corrimento + febre = procure seu ginecologista!

A DIP só acomete indivíduos do sexo feminino, no período não gravídico-puerperal, sendo que puerpério é o período de 40 dias que se seguem após o parto. Os microorganismo mais comuns de causarem a inflamação são: Neisseria ghonorroeae, Chlamydia trachomatis, Mycoplasma hominis e secundariamente as bactérias aeróbias e anaeróbias. As mulheres com mais risco de adquirirem DIP são aquelas solteiras, abaixo de 25 anos de idade, que tenham iniciado a atividade sexual antes dos 16 anos de idade, com baixas condições sócio-econômicas, que fazem duchas de higiene vaginal, que já foram diagnosticadas e/ou tratadas com DIP anteriormente, que possuam um grande número de parceiros sexuais, entre outros…

As manifestações clínicas são variadas, e o quadro clínico mais sugestivo é dor na região pélvica (também chamada de baixo ventre), em 20 a 30 % doas casos pode gerar febre, corrimento vaginal, dor no hipocôndrio direito (região de localização do fígado) e dor à manipulação da genitália e colo de útero.

De acordo com o CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta, para que o médico faça o diagnóstico correto de DIP, é necessário que a paciente apresente todos os critérios mínimos e um critério adicional, ou apenas um critério elaborado, veja:

1. Critérios mínimos: dor no baixo ventre, em anexos, à mobilização da cérvix (colo uterino) e uterina.

2. Critérios adicionais: temperatura axilar maior que 37,5º C (febre), secreção vaginal ou cervical anormal, exames de PCR ou VHS elevados, leucocitose abundante ou comprovação laboratorial da presença de clamídia o gonococo.

3. Critérios elaborados: laparoscopia comprovando inflamação, qualquer método de imagem, como o ultrassom, evidenciando abscesso tubo-ovariano ou biópsia de endométrio evidenciando endometrite (processo inflamatório do endométrio, camada mais interna do útero). Lembrando que o diagnóstico de DIP é clínico, não sendo de praxe fazer exames invasivos para sua comprovação.

O tratamento e evolução do quadro clínico, ou prognóstico se darão pela classificação da paciente em estadiamento, de acordo com seus sinais e sintomas:

Estádio I: paciente com inflamação no endométrio (endometrite) e nas tubas uterinas (salpingite), sem a presença de peritonite. O tratamento neste caso é realizado em casa, com o uso de antibióticos como a Cefoxitina combinado à Doxiciclina, por 14 dias.

Estádio II: salpingite aguda associada à peritonite.

Estádio III: Abscesso tubo-ovariano ainda não roto. Nos estádios II e III, é necessário internar o paciente para que ele seja tratado. Os antibióticos de escolha são: Gentamicina associado à Clindamicina, por um período de cerca de 48 horas, até abaixar a febre e o tratamento deve ser completado com Doxiciclina até dar 14 dias de tratamento.

Estádio IV: quando a paciente apresenta abscesso tubo-ovariano roto. Neste caso, assim como no estádio III resistente a antibióticos a cirurgia é o tratamento de escolha.

A DIP pode causas seqüelas irreversíveis como dores pélvicas crônicas, infertilidade e gravidez ectópica. Por isso, assim que iniciar sintomas como dor pélvica, cólicas, febre inexplicada, procure um médico imediatamente, a DIP tem tratamento!

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