A artrite reumatoide, também conhecida como artrite anquilosante ou artrite degenerativa, se encaixa num grupo de doenças conhecidas como doenças autoimunes, são chamadas assim porque são causadas pelo próprio sistema imunológico que reconhecem algumas regiões do corpo como estranhas e acabam destruindo-as.

A artrite reumatoide possui caráter inflamatório crônico sistêmico, acometendo principalmente o líquido sinovial (líquido localizado entre as articulações e que serve basicamente como uma “lubrificação” das junções para facilitar o movimento).
Acredita-se que fatores ambientais (tabagismo, exposição à sílica), genéticos e infecciosos (vírus e bactérias) e hormonais estejam envolvidos na gênese da artrite reumatoide. A doença acomete cerca de 1% da população mundial e pode ocorrer em qualquer sexo e idade, sendo mais comum em indivíduos do sexo feminino por volta dos 50 anos.
Caso não tratada, a inflamação pode levar à deformidades das articulações e dificultar ou mesmo impedir a realização de simples movimentos do dia-a-dia Já se tratada precoce e adequadamente, não cura, mas melhora significativamente a qualidade de vida e o prognóstico do paciente. Os sintomas podem ser localizados na própria articulação acometida e são: dor, calor, vermelhidão, inchaço e em casos mais avançados podem ocorrer deformidades articulares, geralmente bilateral, mas também podem ser sistêmicos: rigidez de membro assim que o doente acorda (rigidez matinal), fadiga, perda de peso, anemia cansaço e até nódulos subcutâneos.
As articulações mais acometidas são das mãos, punhos, cotovelos, ombro e pescoço
O diagnóstico é essencialmente clínico, ou seja, baseado em exame físico e nas queixas do paciente. Porém existem alguns exames laboratoriais e de imagem que podem auxiliar no diagnóstico. São eles: fator reumatoide (verifica se está havendo atividade inflamatória), anticorpo antipeptídeos citrulinados cíclicos (anti-CCP), radiografias das articulações acometidas e, eventualmente, ultrassonografia ou ressonância das articulações envolvidas.
Para se fazer o diagnóstico definitivo da doença é necessário que estejam presentes 4 ou mais dos sintomas a seguir:
- Rigidez da articulação ao acordar, por pelo menos uma hora (rigidez matinal);
- Nódulos subcutâneos (também chamados de nódulos reumatóides ou de Bouchard);
- Exame de fator reumatoide sérico positivo;
- Raio-X de alguma articulação com alteração;
- Inflamação de três ou mais articulações;
- Inflamação de mãos ou punhos, com sinais como: dor, calor, vermelhidão ou inchaço);
- Inflamação simétrica, ou seja, com envolvimento bilateral das articulações metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais (articulações das mãos).
O melhor profissional para diagnosticar, tratar e acompanhar o paciente com artrite reumatoide é o reumatologista. Como se trata de uma doença inflamatória sem cura (crônica) o tratamento tem por objetivo aliviar as dores do paciente, melhorar sua qualidade de vida e evitar a progressão da doença, como por exemplo, as deformidades articulares. O tratamento medicamentoso é da classe dos imunossupressores, fármacos que vão atuar na tentativa de regular o sistema imunológico, no sentido de impedi-lo de continuar a destruir o próprio corpo. Já o não medicamentoso é multiprofissional e envolve o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional e o educador físico, que vão optar pela melhor maneira de estimular e movimentar a articulação envolvida. Lembrando que este tipo de tratamento é individualizado e deve ser sempre acompanhado pelo reumatologista.
Para que o portador da doença tenha uma boa qualidade de vida é importantíssimo o diagnóstico precoce, tratamento adequado e principalmente um acompanhamento periódico com um reumatologista, pois as conseqüências do não tratamento variam de dor incapacitante até a limitação total da realização do movimento.